Ah,que saudades!
Saudades dos anos de inocência.
Da mochila nas costas e lancheira na mão.
Das infinitas brincadeiras.
Das viagens ao tempo e das viagens intergalácticas,
tendo como meio de transporte uma caixa de papelão.
Ah,que saudades!
Saudades da minha infância no litoral.
De molhar os pés nas águas do mar.
De fazer castelos na areia.
De pedir licença à Iemanjá e as ondas pular.
De catar conchinhas e ouvir gaivotas cantar.
Ah,que saudades!
Saudades das viagens ao interior na casa dos avós.
Do cheiro de terra molhada e dos banhos de chuva.
Das modas de viola que meu avô ouvia na vitrola
e da boa comida que suas mãos faziam.
Das histórias que minha avó contava
e do cheiro do café que ela preparava.
De balançar sob a mangueira,de comer frutas no pé e chupar jabuticaba.
Ah,que saudades!
Saudades da mocidade.
Do primeiro sutiã e do primeiro salto alto.
Da primeira menstruação e o primeiro absorvente.
Da emoção do primeiro beijo,abraço e aperto de mão.
Das misturas de emoções e sentimentos.
Das alegrias infinitas,dos bailes e passeios.
Ah,que saudades!
Saudades de todos que já partiram.
Da vó Maria,seu terço na mão e das histórias de quando morava na fazenda.
Do vô João,sua saborosa cochinha e salada de macarrão.
Da vó Zefa,suas broncas e aulas de boas maneiras.
Das histórias de suas vidas
e dos concelhos que guardo no coração.
Ah,que saudades!
Saudades da vida adulta.
Da independência.
Da primeira noite de amor.
Da realização profissional e pessoal.
De passar horas e horas com os amigos jogando conversa fora.
Das baladas,cinemas,teatros,viagens e de perder a hora.
Ah,que saudades!
Saudades de todos que fazem parte da minha vida.
Da minha mãe,minha amiga e confidente,uma grande mulher.
Do meu pai,um grande homem,pai-amigo,pai-herói.
Do meu amor e eterno companheiro.
Das minhas irmãs e meus irmãos.
Das minhas cunhadas,sobrinhas e sobrinhos que longe estão.
Ah,que saudades!
Saudades... saudades... saudades.
De tudo o que vivi,do que não vivi
e do que vou viver.
De lugares que conheci,dos que não conheci
e dos que irei conhecer.
Saudades até mesmo dessa nostalgia,tão quente e tão fria.
(Samantha Bighetti)
Nostalgia!
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Quem sou eu
- Samantha Bighetti
- Minhas idéias não são as mais sensatas. Entretanto,não são as mais desvairadas. Digo o que sinto, mas, muitas vezes, não sinto o que digo. Ou será o inverso? Parece um devaneio sem fim, loucuras e sentimentos diversos explodem dentro de mim. Não sou anormal! Louca? Acho que sim. Mas o que é ser normal? Muitos me criticam ... outros, satirizam. Sou uma incógnita que zomba da vida. Mas, prefiro isso à hipocrisia. Não sou puta, muito menos puritana. E com toda a sinceridade, trato com sarcasmo os "donos da verdade". Não tenho a devoção de São Francisco De Assis. Mas tenho o meu dom e minha paixão amo o que faço, pois, sou uma atriz. Essa é a minha satisfação. Hoje posso ser uma dama, amanhã uma meretriz. (Samantha Bighetti)
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